Breaking Bad - 4x01 - Box Cutter
Nem Walt, nem Jesse, nem ninguém mais. Quem deu todas as cartas no primeiro episódio da 4ª temporada foi Gus Fringe. O homem sempre calm...

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Nem Walt, nem Jesse, nem ninguém mais. Quem deu todas as cartas no primeiro episódio da 4ª temporada foi Gus Fringe. O homem sempre calmo, o chefe que sempre está no controle. E se ele não estiver no controle mais, saia do caminho dele. Ou ele passará por cima de você.
Depois de ver um dos seus funcionários aparecer na cena de um crime cheia de gente e ter a ‘iniciativa’ de usar seu laboratório de 8 milhões de dólares, nada mais prático que enfiar um estilete no pescoço dele.
Melhor seria poder enfiar o estilete na garganta de Walt e seu protegido. Mas nem o chefe mais descontrolado do mundo colocaria em risco sua única fonte de lucro. Poderia ser conveniente também cortar só o pescoço de Jesse, uma vez que o verdadeiro químico é Walt. É, conveniente até seria. Porém Walt repete e repete sem descansar: “Sem Jesse e eu, você não tem um produto. Sem nós você não tem nada. Se você me matar, ficará sem nada. Se matar o Jesse, ficará sem mim.”.
E assim Gus ficou, pela primeira vez, sem o controle da situação. Ao que ele responde: Walt pode ter se salvado dessa vez, mas futuramente desejará ter morrido. Porque é óbvio demais que Fring não ficará queto depois das ‘medidas extremas’ que Jesse e Walt tomaram para sobreviver.

Tais medidas extremas parecem ter abrido os olhos de Jesse. Depois de dar um tido em Gale, quase ter sua garganta cortada e presenciar um ser humano sangrar até a morte, o jovem parecia justamente o contrário do que esperávamos. Calmo. Usando a cabeça pra pensar. E chegando à óbvia conclusão de todos esses acontecimentos antes do próprio Walter. Será que tudo isso serviu para estabilizar a mente de Jesse? Seria muito bom se fosse mesmo. Porque agora eles vão ter que pensar bastante no ‘próximo passo’ antes que não possam dar passo nenhum mais.
Quem não pode dar passo nenhum mais, mas ainda assim continua vivo, vive em constante tortura. Essa é a lição que o destemido Hank está aprendendo. Que martírio deve ser para um homem tão bravo e corajoso depender de outros para suas necessidades mais básicas. Não há estrutura que suporte tal queda. Walt sobreviveu a um câncer, mais a gente lembra bem que ele não queria se tratar porque tinha medo de depender dos outros como Hank depende agora. É preciso deixar toda a bravura de lado e se tornar adaptável. E de preferência não descobrir que todo seu sofrimento era destinado a outro homem. É, Hank, boa sorte.
A adaptação é, sem dúvida, a melhor qualidade que o ser humano pode desenvolver. É uma questão de sobrevivência. Skyler que o diga. Quem é que se lembra da esposa desinformada que vivia perdida dentro da própria casa? Nem ela mesma. Agora se precisar de fazer teatro para o público de uma só pessoa, a gente faz! Se tiver que usar o choro do bebê como trilha sonora, a gente faz também! Quem diria. Tudo pra alcançar aquilo que deseja. Essa é a verdadeira Skyler. E, definitivamente, a melhor.
Daqui pra frente cada um vai se adaptar como puder e como não puder também. Todos estão em situações limite, em lugares que nunca imaginaram estar. E todo mundo quer sobreviver, claro. Quem vai sobreviver, e como vai sobreviver não dá pra saber agora. O que a gente sabe é que não tem oxigênio para todo mundo, é um ou outro, sua pele ou a minha. Então está dada a largada. Salve-se quem puder na 4ª temporada de Breaking Bad.