The Good Wife - 3x20 - Pants on Fire
Sejam bem-vindos à nova série de Robert e Michelle King: The Manipulative Wife.

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É claro que eu gostei. Ver Alicia agindo sob o domínio da soberba encheu de orgulho os fãs da série. Já era tempo dela parar de ser altruísta e passar a pensar só nela mesma, especialmente depois do abuso de Jackie. Jackie, aliás, é um assunto que exigirá mais parágrafos que o de costume nesta review, porque desta vez até o destino conspirou a favor dela.
Na foto que ilustra a capa deste post vemos dois sorrisos. Peter, o mais satisfeito, conseguiu o apoio de sua esposa para se candidatar a governador. Para tanto, ele sacrificou todo o amor de sua mãe por ele, obrigando-a a devolver a casa que ela “furtou” de Alicia. A cena dele repreendendo-a foi épica para os padrões de The Good Wife.
Épica por dois motivos. Primeiro porque nunca passou pela cabeça de Jackie, nem pela nossa, que Peter agiria assim com sua mãe, chegando ao ponto de ameaçar sair da vida dela (!). É óbvio para ele e para o resto do mundo que tudo o que ela faz é para a “glória dele”, e suas disputas infantis com Alicia são somente para que o filho tenha tudo o que desejar em mãos. Desta vez, no entanto, ela passou dos limites ao apostar que Peter a escolheria ao invés de Alicia, que somente num estalar de dedos pode tê-lo de volta a seus pés.
É provável que Peter saiba que está sendo manipulado pela esposa. O negócio é que ele está conseguindo o que quer e está conseguindo se reaproximar dela, de um jeito ou de outro. Acaba que as ações da Alicia soberba voltam para ela mesma, porque a cada movimento dela a vida lhe responde em maior intensidade, atando-lhe sempre as mãos e os pés.
Além do fato desta reaproximação com Peter ser muito mais perigosa que ela imagina (ele é um lobo numa bela pele de cordeiro), ainda tem o derrame de Jackie. Ou seja, não adiantou muita coisa ela lutar, sua sogra continua com todo o prestígio que tinha diante do filho. E despois deste acontecimento, este prestígio estará possivelmente maior, já que Peter se sentirá culpado depois do que fez com sua mãe.
O segundo motivo da cena entre mãe e filho ser épica é o motivo dela: a casa. Ninguém nem chegou a voltar a morar nesta casa, e ela já gera todo tipo de reviravolta nesta família. Jackie deu-a para seu filho para que ele pudesse ter novamente o controle sobre a vida que ele quer (leia-se: Alicia e as crianças). Através da posse do antigo lar dos Florrick, o pai poderia trazer seus filhos para perto de si, deixando a mãe à margem com vontade de também voltar ao ninho… consequentemente, voltando para perto de Peter também. O mesmo aconteceria, porém, se ela voltasse a ser a dona da casa. Peter ficaria à margem e também com vontade de estar ali.
Juntando isso tudo mais o apoio “integral” que ela decidiu dar ao marido candidato, podemos dizer com 99,9% de certeza que os Florrick logo estarão debaixo do mesmo teto. A única coisa que pode salvar Alicia do total retrocesso de sua vida seria a verdadeira motivação dela voltar a viver com Peter. Contando que ela continue agindo pela soberba – sim, ela não só pode como merece continuar sorrindo como na capa desta review -, tal acontecimento não será um retrocesso. Será um avanço para a Santa Alicia. Mas se ela resolver que, depois de tudo o que passou, vale voltar para o ex por “amor”, aí a conversa muda.
Neste episódio também tivemos Eli retrocedendo. Muitas e muitas vezes. Primeiro foi dormindo com a ex-esposa… Aqueles dois já experimentaram decepções de todos os lados, e mal se suportam sem brigar. E no mundo em que ambos estão agora, o da política, reatar um casamento fracassado só vai gerar mais fracasso. Ainda bem que Eli foi obrigado a largar o barco. Essa notícia só não foi tão boa assim porque além de uma ex-esposa furiosa no páreo, agora ele também enfrentará a fúria de Stacie Hall.
O caso da semana trouxe um assassinato mal resolvido e os advogados correndo de um lado para o outro se decidindo sobre libertar seus clientes ou ganhar uns 10 milhõezinhos do Estado, que outra vez se comprometeu em seu julgamento. A advogada Callie Simko, antiga conhecida de Will (e com certeza futuro interesse amoroso dele), foi interpretada por Julianne Nicholson, de Ally McBeal. Cary também apareceu para mostrar o quanto está descontente em seu trabalho. Sem dúvida alguma, a conversa dele com Alicia abre um novo precedente para sua certa volta para a Lockart/Gardner.
Matthew Perry voltou com seu estupendo Mike Kresteva, cuja canalhice foi um catalisador para a Alicia soberba. A mentira pública e deslavada dele era aquele pequeno incentivo que faltava para ela entrar de cara na candidatura de Peter. Somando isso com a amada sogrinha, tivemos o BOOM de Pants on Fire.
Sinceramente espero que Alicia não recue de nada desta vez. Sempre que ela resolve ousar um pouquinho, rapidamente ela desiste e volta à sua pacata santidade… Já é tempo de ser egoísta, Alicia. Já é tempo de ser soberba, manipuladora e totalmente egoísta.
Observação:
- Este foi, com toda a certeza, o segundo melhor episódio desta 3ª temporada. Só é precedido pelo 3×14, Another Ham Sandwich.