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Political Animals - 1x02 - Second Time Around

Digamos que vamos sobreviver a dois anos de campanha infernal, onde vai ficar nossa família?


Digamos que vamos sobreviver a dois anos de campanha infernal, onde vai ficar nossa família?

É com esta pergunta genuína, e com um tom de desabafo que guarda há muito dentro de si, que Douglas diz para sua mãe o que ela finge que não vê. Na review do Piloto cheguei a comentar que Elaine diz que se dedica à nação, quando na verdade sua sede pelo poder é tão cega que ela nem se importa em arrastar sua família quando lhe convém.

Ela fala da White House como se chegar lá fosse algum tipo de redenção. Para alcançar a coroa vale tudo, incluindo ver T.J. mais destruído do que já está, e ver Douglas acabar perdendo Anne. Certamente que ela não deseja passar por nada disso, mas nenhuma das situações anteriores são mais prioridades do que ganhar a eleição. Caso algo no meio do caminho aconteça, “lidar” com o acontecimento é a atitude dela, jamais considerando abrir mão de algo para evitar ver sua família aos pedaços.

O mesmo se aplica para Bud, mas num grau muito maior porque, lá no centro do poder, ele ainda era capaz de ser o marido e o pai mais canalha do mundo. E com os flashbacks que “Second Time Around” mostrou, ficou mais difícil ainda de compreender a ainda existente paixão de Elaine pelo ex-marido. Ele não só a traiu diversas vezes, como foi capaz de confessar que seria assim para sempre.

O fato de ela ter ficado com ele naquele exato momento é, de certa forma, explicável, já que ela era também a “esposa da nação”. Porém, o casamento deles ainda foi muito além do mandato de presidente dele, chegando ao fim apenas quando ela não conseguiu a White House. Ficaram muito mais embaçadas as motivações dela.

Aliás, neste episódio, Elaine conseguiu se mostrar muito mais ambiciosa do que no anterior. Ela ter dado para  Susan Berg tanto acesso a tantas coisas, por exemplo, foi uma jogada fenomenal. Susan se sente culpada não apenas pela história do suicídio ter vazado, mas também por ter falando mal de Barrish por tanto tempo. Agora ela tem a chance de compensar a mulher que tanto admira, e sem dúvida o fará. Prova disso é o artigo extremamente elogioso que ela escreveu sobre a Secretária do Estado (uma boa propaganda para a candidata, claro), e a recusa dela em atender o estranho pedido de Douglas.

Quer dizer, o pedido nem foi tão estranho assim. Doug está  jogando como pode para evitar que os Hammond sejam engolidos de vez. Só ele sabe como seu irmão está de verdade, e nem todo este conhecimento chega perto do que T.J. está realmente aprontando. O garoto reclama que a família não dá uma chance para ele, mas até sua avó, que o trata muitíssimo bem, ele conseguiu trair.

Foi perfeita a reação dela. Ellen Burstyn faz sua Margaret Barrish tão velha e boazinha, que nem suspeitávamos de sua fibra. Está certo que com Berg ela não media palavras para destilar seu ódio, mas com seu neto querido? Por tudo isso, vê-la ameaçando-o daquela forma, afirmando que já conhece o fim do caminho dele (sem nenhum remorso aparente), foi realista e totalmente convincente. Quem já viveu o inferno uma vez, sabe passar imune por ele quando precisa enfrenta-lo de novo.

Outra parte ótima do episódio foi a negociação diplomática de Bud. O cara é um gênio da política e ponto. Como diz Elaine, ele é tão bom assim porque políticos precisam mentir e ele não só mente bem como acredita nas próprias inverdades. Quem teve uma reação estranha à “comemoração” dele foi Susan. Pelos olhares e sorrisinhos dela, parecia que a jornalista estava esperando que Bud desse à ela o tratamento que ela tanto condena. Se não foi isso, de onde veio aquele desejo repentino de dormir com um homem que ela rejeitou com pedradas?

Pensando bem, “Second Time Around” foi excelente e conseguiu desconstruir bastante os personagens de Political Animals. De um jeito ou de outro, todos eles são desonestos pelo poder. Seja pelo poder político, seja pelo poder sobre si próprio, seja pelo poder sobre outrem. Os animais políticos estão sempre correndo atrás de seus desejos e se sujeitando aos erros que antes condenavam.

Observações:

- Sério que Elaine Barrish tem todo aquele apelo sexual ou sinto um cheiro de exagero no ar?

- A noiva de Douglas nem casou com o solteiro mais cobiçado de Washington ainda e já tem que aguentar a sogra e o cunhado mais problemático do mundo. Se só com isso ela sofre de bulimia, como ela sobreviveria a uma campanha?

- As cenas de flashback ficaram ótimas. A produção do USA conseguiu a proeza de fazer os velhos ficarem realmente mais jovens.

- Dylan Baker estava causando em The Good Wife e agora causa em Political Animals. Não é que aquele vice-presidente consegue ser um pé no saco?

- O título do episódio se encaixou perfeitamente na candidatura de Elaine e no relacionamento dela com Bud. Vamos ver qual dos dois amores prevalecerá.

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