Nikita - 3x02 - Innocence
Nikita fez um episódio com referência a Doctor Who, ao filme Hanna, e ainda terminou com “Never Let Me Go” de Florence + The Machine. Iss...

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Nikita fez um episódio com referência a Doctor Who, ao filme Hanna, e ainda terminou com “Never Let Me Go” de Florence + The Machine. Isso não foi um episódio. Isso foi um banquete.
Aí, vou olhar a audiência e vejo um desaforado 0.2 na demo. Sério, o que há de errado com o mundo?
“Innocence”, meus queridos, já começou acertando. Na primeira cena de Nikita, ela está com Alex numa joalheria para apertar seu precious anel de noivado. De repente, começamos a ouvir uma conversa sobre filhos, e do nada Nikitinha começa a ficar pálida, a ter falta de ar… É só alguém tocar no assunto de filhos com ela que a poderosa badass já sai de fininho do assunto. Vamos ver por quanto tempo mais ela vai conseguir escapar.
Aliás, em matéria de filhos ela está mais do que graduada. O que seria Alex, Birkhoff e até Ryan senão descendentes dela? Nikita pode negar o tanto que for, mas sua doçura e paciência anda salvando a vida de muita gente, exatamente como aconteceu neste episódio.
Só pelo trailer de “Innocence” dava para ver que o caso da semana era inspirado em Hanna. O filme é de 2011 e é estrelado por Saoirse Ronan, além de ter uma ruiva Cate Blanchett no papel de vilã, e o Hulk Eric Bana. Não vou dar detalhes do longa aqui para não spoilar quem não assistiu, mas basicamente o papel de Saoirse é muito parecido com o que a ótima Annalise Basso fez na série.
Devo fazer a ressalva que, de certa forma, esperei mais do personagem de Annalise. Imaginei que a menina Liza Abbott ia revirar a Division de cabeça para baixo antes de se render aos apelos emotivos de Nikita, mas, provando mais uma vez a mãezona que é, Nikki conseguiu atingir o coração da pequena ruiva desde o começo.
Temos que contar, é claro, que Liza estava fazendo tudo aquilo sob ameaça, apesar de sua inicial aparência de “realmente má”. Temos que contar também com a confissão de Alex sobre quando ela começou a confiar em sua mentora: “Quando você me ajudou a ficar limpa, nunca te deixei saber que estava funcionando, mas estava. Eu tinha medo de demonstrar isso.”. E, por último, temos que contar com o fato de que ela pode até não ter revirado a Division, mas sua missão era em outro lugar e ela chegou muito perto de executá-la.
É impressionante ver que a série não perde uma oportunidade de fazer ligações entre seus casos e as relações de seus personagens. Diversas vezes fomos lembrados do quanto Michael e Nikita funcionam como os pais do time. Além da cena do anel de noivado e das declarações trocadas entre Alex e Nikki na hora de entregar Liza aos pais, Birkhoff fazendo birra por não ser “respeitado” como o óbvio padrinho do casório foi digno de chororô de menino de oito anos.
Neste cenário, Ryan mais uma vez teve que fazer o papel de chato da história na hora de usar Liza para chegar à Wade, antes de finalmente libertá-la. Sem dúvida alguma, ele estava com a razão. Mas por um momento ficou aquele sentimento de que ele não tem coração, especialmente pela menina ter uma relação de semelhança muito forte com o passado de Nikita e Alexandra. Ainda bem que ele foi ouvido sem muitas discordâncias desta vez. E ainda bem que tudo deu certo.
Aliás, saber que Michael entrou na Division depois de Percy dispensar Wade foi interessante. Wade pode até ter uma ficha “quase perfeita” pelas mortes executadas sob seu treinamento, mas nada do que ele fez se compara ao que Michael desencadeou. É por causa dele que Nikita pode ser quem ela é, afinal, se não fosse pela paixonite do treinador dela que escondeu alguns segredinhos da aluna enquanto ele a treinava, ela provavelmente nem estaria viva. E só para fechar com chave de ouro a rixa entre os dois treinadores, Wade é derrubado sem nem saber o que a atingiu. Não teve fala mais linda neste episódio do que ele vencido e confuso perguntando: quem é Nikita?
Uma das coisas novas que gostei de ver foi o potencial entendimento entre Ryan e Alex. É bom ele não precisar de ficar lutando com todos os seus amigos o tempo todo. Este entendimento entre eles também resultou num dos belos momentos do episódio, com ela tendo que interagir com os pais de Liza e segurando as lágrimas por causa da falta de esperança do pai, e da infinita esperança da mãe. O que esta cena não teve de verossimilhança, teve de beleza.
A segunda referência que o episódio fez foi à Doctor Who. Se você é fã de DW como eu, você provavelmente deu um treco na hora que Birkhoff começou a gritar “Exterminate!”. Simplesmente não sei descrever o que é ver Nikita, uma série que tanto amo, trazendo outra série que tanto amo para sua história. Além do mais, estou desconfiada de que houve outras referências que não pude reconhecer. Se por acaso alguém aí percebeu algo a mais, me conte. Por favor, me conte.
Observações:
- Qual é mesmo o sobrenome do Michael, hein?
- A coisa deve estar feia de verdade entre Birkhoff e Sonya.
- Não faria nada mal outra participação de Annalise Basso.
- Se você ainda não assistiu Hanna, assista. Se você não acompanha Doctor Who, SHAME ON YOU.