A grandiosidade de Breaking Bad, por Carla Gomes
Sempre que penso sobre quando comecei a ver Breaking Bad , a primeira coisa que me vem à cabeça é a cueca branca de Walter White. Não, ...

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Sempre que penso sobre quando comecei a ver Breaking Bad, a primeira coisa que me vem à cabeça é a cueca branca de Walter White. Não, eu não tenho qualquer tara por senhorzinhos em roupas mínimas, apenas acho que aquela cena inicial representa muito da série pra mim. Aquele foi, possivelmente, o único momento em que me perguntei se deveria continuar vendo ou não. Isso porque dali em diante parar de assistir nunca mais foi uma opção, aparecesse a pele reluzente de Walt ou não.
Eu poderia fazer um trocadilho piegas sobre o vício trazido pela trama, mas acredito que a qualidade de BrBa esteja acima disso. Qualquer história pode, de um jeito ou de outro, garantir que seu público retorne semana pós semana. Temos aí gente assistindo Two and a Half Men até hoje, não é verdade? A questão é que Vince Gilligan e cia conseguiram construir um enredo que não dependia de uma fórmula única, fechada. A ousadia de saber a hora de avançar e de parar é que mais me fascinou ao longo das temporadas.
Pra ser sincera, acredito que Breaking Bad me ensinou a ter mais paciência com o desenvolvimento de um episódio e suas consequências. Ao não ter pressa de seguir em frente apenas para chocar, a série soube construir cada passo de Walt e Jesse sem que parecessem forçados. Tudo partindo de uma premissa peculiar, que poderia descambar facilmente pro maniqueísmo nosso de cada dia.
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Gus fazendo cosplay do ursinho rosa caolho |
E é partindo dessa personalidade forte, tanto dos protagonistas quanto do roteiro, que fico um pouco frustrada ao me dar conta de como outras séries parecem pequenas em comparação. Ozymandias, na reta final da última temporada, me deixou sem respirar, surtando ridiculamente durante o episódio. Como acreditar que isso vai acontecer de novo? Quanto tempo vai demorar até que parem de tentar imitá-la e criem algo original que seja tão empolgante?
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Skyler em Ozymandias |
Breaking Bad foi única, talvez por não ter a pretensão de ser a melhor de todas. Mas nessa coisa de apenas querer contar bem uma história, deixou uma marca difícil de bater.
Guest Post Este texto foi escrito por um brilhante e ilustre autor convidado, e faz parte de uma série de posts sobre as séries favoritas e os danos que elas causam no coração da gente.
Guest
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Autora |
Carla Gomes é jornalista, chefe de reportagem no Blog NaTV, mora no Paraná, e é doente por séries desde que descobriu Friends. Já assistiu tudo quanto é série, passando até por realities de gosto (bem) duvidoso (aka Mulheres Ricas). Além de postar mil notícias por dia (ela simplesmente não para), Carla também escreve semanalmente sobre Homeland. O Twitter da moça é: @_CarlaGomes_.
Querida Carla, muito obrigada por ceder este brilhante texto pra eu postar aqui.
ResponderExcluirNão preciso de muita cerimônia, a verdade é que meu blog saiu bastante enriquecido com essa publicação.
Porque é isso aí mesmo. Exatamente isso aí. Cada palavra sua é o que cada fã de Breaking Bad tem a dizer, e até mais. Seu texto traduziu nossa admiração à essa série fantástica e ao que ela nos proporcionou todos esses anos.
Fiquei mais encantada ainda quando você fala "Quanto mais penso em tudo que aconteceu na série, mais acho surreal que tenham conseguido manter a jornada dos personagens sem momentos de redenção e dúvidas existenciais bonitinhas". O fato é que hoje está dificílimo achar uma série que não caia nessa armadilha de explorar essa coisa de dúvida existencial, e sinceramente isso é que mais me incomoda. Graças a deus até nisso BB foi perfeita.
E depois desse texto maravilhoso, que fez questão de frisar que a superioridade de Breaking Bad não será superada facilmente (a mais pura das verdades), só posso dizer, mais uma vez: OBRIGADA.
Sinta-se eternamente convidada a aparecer por aqui :smile: