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Modern Family, a alegria que nunca acaba

Abençoa Senhor as famílias amém Abençoa Senhor a Moderna também!


Abençoa Senhor as famílias amém
Abençoa Senhor a Moderna também!

Assistir Modern Family é que nem chupar balinha recheada de chocolate. Você conhece o gosto, sabe que vai ser gostoso, mas parece que no final acaba ficando surpreso com o sabor (comecei bem com as comparações, eu sei...).

Na prática, a fórmula de MF é bem decifrável. Personagens loucos, logo normais, dão lugar a conflitos individuais e coletivos e, no final, porque são uma família, sempre encontram o caminho de volta um para o outro. No meio dessa jornada, rimos do que cada um, com suas características e exageros, e rimos da forma como nos identificamos com eles.

Ver os personagens de MF é o mesmo que olhar num espelho que aumenta a imagem. É tudo exagerado. Mas não deixa de ser verdade. E muito desse exagero às vezes é chamado de caricatura, porém, no caso de Modern Family, é tudo tão bem feito que “caricatura” parece que não é uma palavra apropriada.

Sendo uma série sobre tudo e ao mesmo tempo sobre nada, fica muito fácil para ela se perder. Quão evasivo não é o cotidiano? Vocês conseguem imaginar? Ter que escrever vinte e quatro episódios por temporada, cada um com um plot central diferente, rodeado de mini plots diferentes... Tem que ter muita criatividade. Nossa vida pode até ser uma caixinha de surpresas, mas sentar numa cadeira e escrever cada detalhezinho dela não é trabalho para qualquer um.

Eu fico imaginando como deve ser uma reunião dos roteiristas. Como eles devem imaginar (e reproduzir!) os trejeitos do Cam e da Gloria (só para citar os mais espalhafatosos), e como eles devem pensar em formas e formas de aumentar a “dubiedade sexual” de Phil (ah não consegui deixar essa passar).

O roteiro pronto chega, então, nas mãos dos atores. Reunidos ao redor de uma mesa, eles fazem a leitura inicial do que depois interpretarão. Pensa no quanto eles riem!

Aí chega a hora de fazer, de fato, a Família Moderna viver. Os atores, diretores e assistentes no set de filmagens, colocam em prática o que os roteiristas criaram. No caso desta série, ela é de grande sorte porque não há uma só alma no elenco que não reproduza com fidelidade o que deve ser cada personagem.

Ou talvez até mais do que isso. Vai saber. Será que imaginaram que Lily iria crescer e virar esse monstro da atuação? Gente, essa menina não para. O comportamento adulto dentro daquele corpinho tão pequeno e daquele rostinho tão sarcástico é uma combinação totalmente milagrosa.

Aliás, o resto do elenco infantil não deixa nada a desejar. Luke é de uma fofura e uma travessura que não se mede, e eu fico impressionada em como uma pessoa tão nova consegue ser tão real desta forma na televisão. Outro que chama a atenção demais é Manny, com seus trejeitos de gentleman e Don Juan. Nunca conheci alguém assim pessoalmente, mas não acharia ruim se conhecesse nem se tivesse um filho parecido (ah, sério, o Manny cozinha melhor que a mãe).

Personagens únicos e universais é o que não faltam nesta série (sim, perceba a minha admiração). Cam e Mitchel formam o casal mais normal do universo, quando poderiam facilmente cair na armadilha de "representar a diversidade". A lida deles tentando compreender e amar um ao outro, enquanto tentam acompanhar o crescimento do monstrinho que estão criando é digno do que vive qualquer pai enquanto se surpreende com a esperteza do filho. E, particularmente, os usos que o roteiro faz de Cam para criticar atores e filmes é espetacular. Nem Madonna escapou da língua afiada dele!

Gloria e Jay deveriam ser, e até são, um dos maiores clichês da atualidade. Mas eles são tão humanos que fica difícil taxá-los desse jeito. Uma coisa é ver um homem rico casado com uma mulher bem mais nova (e julgar, porque eu sei que você julga), outra coisa é você assistir como eles vivem. Gloria não é perfeita. A mulher grita que nem papagaio. Jay, o que tem de rico, tem de resmungão e mau pai. Direto tem que ficar remendando o relacionamento com os filhos. Todavia, juntos eles funcionam, e talvez seja por isso que eles são o que mais se distinguem da realidade (ops!), e talvez por isso que sejam uma das coisas mais engraçadas da série.

Phil e Claire são o mais “normal” de todos, o que mais se aproxima do sonho americano da vida familiar e suburbana. Mas Phil não é o macho alfa, é praticamente um capacho da esposa e o irmão mais velho dos filhos. Claire, meu deus, é a tigresa que mantém a casa em pé e vira e mexe deixa escapulir que, apesar de amar tudo aquilo, a vida que leva não é o sonho encantado que teve. Ela é a prova de que mãe pode amar o tanto que for, mas isso não impede que de vez em quando ela queira esganar suas crias. Claire está sempre mostrando essa “luta interior” com os filhos e até com o marido crianção, e esta é uma fórmula genial para a personagem. Quem não ri quando ela confessa um destes sentimentos obscuros quando está sentada sozinha no sofá?

Modern Family é muito inteligente porque não reproduz apenas a realidade conveniente. Ela consegue fazer piada com o que é conveniente e com o que não é. Mãe nenhuma é perfeita, pai nenhum é perfeito, filho nenhum é perfeito, cônjuge nenhum é perfeito. A ideia de família perfeita ou ideal passa longe das linhas do script dela. Todos aprontam, todos traem, todos têm que pedir perdão.

Eu fico besta, confesso (não que você não tenha notado ainda). Fico besta quando vejo como conseguem captar tanto a realidade. E ainda por cima fazer rir dela. Não é todo dia e não é toda em série de TV que que vemos algo assim. Por mim, MF durava para sempre, mas é uma pena que não é desse jeito que as coisas funcionam. Só espero que enquanto ela durar, eu possa amar sem medo de ser feliz cada personagem e cada história mirabolante que eles tenham a mostrar.

E o que eu mais desejo, claro, é que não percam o caminho. Que não inventem de ficar esticando demais quando o frescor tiver acabado. Que não inventem de dar mais valor ao dinheiro do que ao conteúdo. Isso não! Não tirem o riso de Modern Family.

P.S.: O último episódio visto antes de publicar este texto foi o 5x08, ClosetCon '13.

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