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Primeiras Impressões: Killer Women (ABC)

Segura, peão, que a muié arretada vem aí.


Segura, peão, que a muié arretada vem aí.

Killer Women é uma aposta bem diferente da ABC. O canal aprovou a produção de uma série cuja trilha sonora latina já diz tudo, e a primeira cena da protagonista correndo atrás de boi diz tudo também. É mais uma série policial procedural, na verdade, mas o pano de fundo aqui foi mais "caprichado", a fim de chamar a atenção de quem já está cansado da mesmice do gênero.

Em primeiro lugar, ter uma protagonista mulher conta muito (para mim). E que mulher. Tricia Helfer é uma das atrizes mais elegantes da TV. Ela não é dona de uma beleza estonteante, como Sofia Vergara (uma das produtoras), mas é óbvio que se Tricia passar perto de você, você repara porque ela chama a atenção. Ela tem sex appeal. Coisa que todo fã de Battlestar Galactica conhece muito bem dentro dum vestido vermelho.

Killer Women também vem com uma caixinha de defeitos. O emburrecimento da maior parte do elenco é um deles. Ao querer mostrar que Molly Parker é um furacão e por isso é uma mulher que conseguiu chegar a ser parte do Texas Rangers, seus colegas e concorrentes de trabalho passam a ter um QI bem menor do que o normal. O grande exemplo da vez é Luis Zea (Alex Fernandez) que, mesmo diante de todas as indicações de que o assassinato era mais do que um crime de paixão, ficou cantando vitória parecendo um retardado. Isso depois de induzir totalmente o interrogatório da assassina, coisa que todo policial experiente sabe que é bullshit.

As deduções bobas também são outra falha. Dizer que a mulher não vai matar a esposa do homem que ela ama de "unhas não pintadas" é demais. Tudo bem que o chefe de Parker pediu mais evidências depois de ouvir isso, mas, convenhamos, um roteiro que preza pela inteligência devia correr de falas como essa.

Uma coisa que gostei bastante foi mostrarem a protagonista como "uma de nós". Ela pode ser femme fatale e badass o tanto que for, mas esconde suas fraquezas e fracassos como qualquer ser humano. A parte onde ela confessa que apanhou do marido, por exemplo, foi ótima para envolvê-la nessa atmosfera. E ainda tem a cena do primeiro encontro deles, onde ele afirma que nunca se divorciará dela e a expressão de Molly é de aprisionamento, quase um desespero. Ótima atuação da atriz, a propósito.

Marc e suas variações do
mesmo personagem
Uma adição não muito boa no elenco foi a de Marc Blucas, que saiu de Necessary Roughness para fazer praticamente o mesmo papel. Assim como em Necessary, aqui ele já começou indo para a cama com a protagonista no piloto e já interferindo na vida profissional dela. Mais coincidência ainda é o fato da tal mulher estar em processo de divórcio e ele ser o primeiro a dar o bote nela depois do ex-marido... Críticas à parte, reconheço que Dan Winston é um personagem que tinha que estar na série, mas, se eu fosse a diretora de elenco (nem quero nada, né), certamente escolheria outro ator para o papel.

Contudo, foi interessante notar que ela não tem esse poder todo sobre ele. Ela teve que pedir, implorar, quase se ajoelhar para que Dan finalmente a ajudasse. Pelo menos, parece que Dan Winston não será tão pamonha quanto Matthew Donnally.

Ri muito da cena dos dois invadindo uma propriedade do Cartel e saindo like a boss. Convenientemente, tinha um barril de material inflamante no local que, convenientemente caiu num lugar estratégico para receber uma bala da arma de Molly, explodir, e separar os criminosos dos resgatados. Isso é um"forte indício" de que muito exagero e muito atalho cômodo dos roteiristas vem pela frente.

Já uma adição que fez muito bem ao elenco foi a de Michael Trucco, outro veterano de Battlestar Galactica. Gostei muito dele na 1ª temporada de Fairly Legal, e o vi por último fazendo um vilão em Revenge. Graças a Deus, ele não veio repetir papel nenhum aqui. Billy Parker será o autêntico irmão de Molly, fiel escudeiro dela, fazendeiro e alívio cômico da série. Tô apostando que ele vai explodir quando descobrir as verdades sobre o ex-cunhado. Enfim, será um prazer rever Michael na telinha.

 

Tenho que citar também o fato de a sequência inicial -- do casamento e assassinato -- lembrarem bastante de Kill Bill. Não sei se foi intencional ou se tiveram outra fonte de inspiração, mas não pude deixar de rir com a  (pretensiosa) semelhança.

Fiquei com uma dúvida em relação ao título. Não sei se é pertinente, ou se eu perdi alguma explicação ou obviedade por aí, mas, "Mulheres matadoras/assassinas" se refere a quem? Porque vimos o destaque apenas sobre a "matadora" Molly Parker, mostrada como a protagonista e a mulher forte em torno da qual gira a história. Por acaso ela vai se envolver somente em investigações com mulheres criminosas? Ou o título se refere a mulheres fortes em geral?

Apesar dos pesares, dos clichês baratos e dos tórridos exageros do gênero, me diverti com o piloto de Killer e pretendo continuar vendo a série. Não sei, porém, se a audiência de 0.9 no demo e 3.87 milhões de telespectadores serão suficientes para que a ABC continue permitindo que essa proeza continue acontecendo.

Killer Women é adaptação de uma série argentina chamada Mujeres Asesinas. A adaptação é de Hannah Shakespeare, que não tem um histórico de muito sucesso na TV (incluindo The Playboy Club, The Whole Truth e Bionic Woman). Além de Vergara, também servem como produtores executivos Ben Silverman (The Tudors, The Office), Luis Balaguer (Las chicas de oro), Martin Campbell (The Legend of Zorro, Casino Royale).

Abaixo, mais um pouquinho do charme da toda poderosa, tocadora de trompete e chutadora de bundas Molly Parker:

 
 
 

O melhor: O charme de Tricia Helfer em todo o seu esplendor.
O pior: Os clichês, os exageros e as deduções idiotas.
Melhor quote: Shutting me out is a big mistake, and I'll prove it.
Nota: 6,5

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