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The Good Wife - 3x21 - The Penalty Box

O retorno do filho pródigo.


O retorno do filho pródigo.

Não havia outra saída para Cary. Tanto como o personagem como o ator perderam muito com a saída da Lockart/Gardner. O cenário da época de sua demissão se inverteu totalmente. Quem era sua rival naquela época, Alicia, é hoje sua aliada. E talvez não só aliada. Pela forma que Cary voltou, reconhecendo que seu aprendizado parou no tempo, ela deve agir como sua mentora em alguns momentos. Esta é uma relação que nós queremos ver.

Apesar disso, este episódio de The Good Wife foi, digamos, peculiar. Sendo ele o penúltimo desta temporada, era de se esperar que seu foco fosse o arco central. Era de se esperar que a trama principal estivesse fervendo, com resoluções e revelações saltitando de todos os lados. Mas ao invés disso, vemos o roteiro “ganhando tempo”, o que é, infelizmente, um péssimo sinal. Quando olhamos para o 2×21, In Sickness, por exemplo, vemos o quanto a temporada anterior foi superior a esta.

No In Sickness Alicia tinha acabado de perdoar Peter publicamente para, logo em seguida, descobrir sobre o caso entre ele e Leela (nome verdadeiro de Kalinda). Revoltada, ela finalmente o expulsou de casa, fazendo a mudança dele no meio da noite (ela empacotou as coisas dele, chamou a “mudanças 24 horas”, conseguiu assinar o contrato de aluguel do apartamento e pagou três meses adiantado ainda na madrugada!). Foi aqui que Alicia teve “aquela” conversa com seus filhos, onde tentou explicar o motivo da separação.

Quando Eli perguntou para ela se esta decisão era irrevogável… ela respondeu que sim. Quando Peter tentou falar com ela, tudo o que eles conseguiram foi mais discussão. Cary, que não sabia se ia ser ou não demitido da Procuradoria, pediu emprego para Diane, exigindo ganhar mais que Alicia. Mas Peter, magoado, pensando que sua esposa estava se relacionando com Will, se aproveitou da “raivinha” que Cary tinha de Alicia e foi aí que começou a longa parceria dos dois.
Em The Penalty Box não tivemos nem um terço de toda essa ação. O caso da semana foi o ato principal. O juiz Richard Cuesta (David Paymer) era promotor há vinte anos, e esteve num caso que condenou um homem inocente pelo assassinato de sua esposa. Evidências novas surgiram e Cuesta foi processado por má conduta.

Então o episódio se focou nisso. O caso do juiz foi desenvolvido como nenhum outro antes. A discussão importante que ele gerou para a série foi a capacidade da Lockart/Gardner, que já estava cheia de trabalho quando ele pediu para ser representado por Diane. A partir daí, ela e Will decidiram que era preciso contratar um novo advogado, o que resultou na indicação de Alicia e na volta de Cary.

Mas não sem antes alguns conflitos, claro. Peter descobriu por Eli sobre a entrevista do seu funcionário, e numa sequência de pura estupidez, demitiu Cary por não ser leal. Todos nós sabemos que, se teve alguém que foi leal a Peter mesmo quando duvidava de seus métodos, este alguém era Cary. Seu rebaixamento, aliás, foi a maior prova de sua fidelidade. Ao invés de omitir que tinha namorado com Dana para não ser punido, ele confessou, tendo em vista que seu chefe já estava perdendo credibilidade diante dos demais funcionários.

Já a Lockart/Gardner, ou melhor, a Diane perdeu Callie Simko, a funcionária que ela tanto queria. A advogada é a nova namorada de Will, como bem imaginamos no 3×20. Ela é, então, mais uma que irá tentar superar o complexo de Alicia em Will – e já era hora disso acontecer. Ela negou que tenha recusado o emprego (dos sonhos) por “amor”… mas se foi por amor, é claro que ela não iria admitir. O que a gente sabe é que Callie é fã de Diane e tudo que ela desejava numa firma a Lockart/Gardner tinha. Esta desistência custou muito caro.

Também está custando muito caro para Kalinda a obsessão de Lana. Pela primeira vez vimos a investigadora se humilhar e praticamente implorar algo a alguém, afinal, agora Lemond Bishop não está a favor dela na história. Ao contrário da época de Blake, quando ela usou Lemond para se livrar de seu então rival, aqui ela precisa correr contra o tempo para que ela não seja o alvo da “ira” de Bishop, que deixou bem claro que “não gosta” da aproximação do FBI.

A atitude de Kalinda de implorar me surpreendeu mais do que eu imaginava. Ela sempre soube como agir, sempre soube o que fazer para se livrar das investigações em que se mete. Mas desta vez, correndo risco de vida, eu me pergunto: o que ela fará? Esta situação pode resultar em morte? Ela vai ouvir o conselho que lhe deram neste episódio e vai sair antes que seja tarde demais?
Pelo menos uma coisa boa aconteceu para ela: Alicia resolveu voltar aos velhos tempos das conversas na mesa do bar. Antes, quando eram amigas, cenas como esta eram comuns, as duas sentavam e conversavam sobre tudo (Alicia sempre mais do que Kalinda). Depois da conversa franca do 3×18, Gloves Come Off, este foi o primeiro passo prático da reconciliação entre as duas. Um sinal de “vamos tentar outra vez” que, como deveria ser, foi precedido de hesitação de ambas as partes, mas aconteceu.

Voltando a comparar este 3×21 com as temporadas anteriores, encontramos Alicia no mesmo lugar que estava no final da Season 1. Tanto lá como aqui, ela decidiu apoiar Peter em sua candidatura e Will, que ficou de espectador, iniciou um relacionamento com outra mulher, tentando superar Alicia. A impressão que dá é que a série está andando em círculos, e eu não falo isto porque Alicia e Will estão separados ou Alicia e Peter estão se reaproximando. Depois de 15 anos de casamento e várias overdoses de decepções, nenhum homem/relacionamento amoroso deveria definir a vida de Alicia.

Quando eu digo que ela deve ser ousada, egoísta, estou me referindo só à ela, e não à ela em relação aos “seus homens”. É verdade que Peter ser um político faz com que a importância deste casamento se amplie, mas a política é negócio de Peter, não dela. Porém reconheço que uma atitude como a que defendo, a de Alicia agir somente por ela mesma, faria com que a série perdesse seu sentido. É só lembrar que o título dela é “The Good Wife”, sempre remetendo ao papel da protagonista dentro de um relacionamento.

Resta defender um final digno – e rápido – para TGW. Não dá para continuar tendo verossimilhança se, depois de tudo o que passou, a boa esposa não se decidir entre o divórcio ou a definitiva reconciliação, e ficar perambulando eternamente entre a indecisão e as mentiras que tem que manter sobre seu estado civil. A qualidade desta série é irrefutável, mas até as melhores premissas têm data de validade… e prolongar demais este prazo pode gerar um desgaste irreversível. The Good Wife já está renovada para sua 4ª temporada, vamos torcer para que sua premissa se sustente até lá.


Observações:

- Não posso deixar de negar que gostei do quanto os advogados tremem na presença dos juízes. Quando Cuesta foi suspenso e chamou os advogados para seu escritório, ele começou a falar, do nada, sobre o tempo e o México, e Alicia, Diane e Cary só tentavam concordar e fazer de conta que estavam interessados na conversa dele…

- O que Cary quis dizer com “Pessoas mentem. E pessoas que julgam mentem mais.“? A quem ele está se referindo? E por que ele foi atender a ligação de Peter depois de ser demitido?

- Cary, pelo jeito, vai ter que lidar com a eterna desconfiança de Will. Nada tão injusto assim.

- Vale lembrar que a Season 2 teve 23 episódios, ou seja, quando o explosivo 2×21 foi exibido, ainda faltavam 2 episódios para finalizar a temporada. Agora, teremos apenas 22 episódios. Isso signifca que, depois deste 3×21 focado no caso da semana, The Good Wife terá só mais 40 minutos para encerrar sua 3ª temporada.

- O (excelente) juiz Murphy Wicks foi interpretado por Stephen Root, que também faz um (excelente) juiz em Justified.

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