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Primeiras Impressões: Helix (SyFy)

SyFy fazendo o que faz de melhor.


SyFy fazendo o que faz de melhor.

Eu nunca consigo assistir uma série da SyFy. É sempre muito sci-fi para mim, muito suspense, muito terror, muito mistério, muito thriller, muito muito. Obviamente, estou ciente de que esta é exatamente a proposta e finalidade do canal, e Helix chega como mais um bom exemplar do gênero.

Spoilers: episódios 1x01 (Pilot) e 1x02 (Vector)

A proposta da premissa

A premissa parece ser um tanto limitada. A não ser que planejem expandir, colocando o vírus para fora do laboratório, em contato com a sociedade, não vejo um futuro longo para a trama atual. Uma hora, os recursos oferecidos pelo laboratório terão que acabar. Apesar do grande número de médicos lá dentro, e do tamanho imenso do estabelecimento, soa estranho pensar em 4, 5 temporadas de série ambientadas somente ali. Vai precisar de muita criatividade para surpreender.

Por outro lado, a presença de macacos "suspeitos" e do sangue negro me lembraram dos filmes que passam tarde da noite na televisão. A presença de um monstro ou mutação é inerente, e não são poucas as cenas de gente -- especialmente mulheres -- gritando por socorro.

Helix se fez um pouco mais interessante por mostrar as pessoas antes e depois de serem infectadas, revelando a evolução delas de simples seres humanos para seres violentos e com necessidade de propagar o vírus. Uma cena que vale ser citada é a do "rebuliço" dos 3 doutores que estavam em isolamento. Tão violentos e desorientados como estavam, loucos para sair dali, foram capazes ainda de se organizar e escapar, mesmo quando pareciam tão fora de si e longe do raciocínio.

Outra parte da premissa, esta relacionada à razão da existência do vírus, é sua aparente "encomenda" pelos militares. Este é mais um elemento de tensão: ninguém é confiável. Não só o Dr. Hiroshi Hatake (Hiroyuki Sanada), que é de longe a peça mais óbvia, mas também o Major Sergio Balleseros (Mark Ghanimé), que chegou junto com o CDC aparentando ser apenas um jovem simpático, trabalhador e de boas intenções.

Os atores e personagens

A personagem que mais me atraiu foi a Dra. Sarah Jordan (Jordan Hayes). Não só pelo seu currículo de gênio aos 26 anos, mas também, e principalmente, por ser a mais agradável de todos. Ela se esforça para se provar não só como profissional capaz, mas também como alguém que merece ser correspondida em sua afeição pelo chefe, seu mentor e o homem na qual se espelha. É fácil se identificar com Sarah, e a atuação de Jordan facilita gostar e até torcer por ela.

Alan Farragut (Billy Campbell) faz bem o seu papel, mas é um bem que não excede nenhuma expectativa. Ele se saiu como um líder natural, embora não fizesse mal ser um pouco mais expressivo. Como protagonista, espera-se que ele sofra um tanto "considerável" e que fique na sombra sem saber o que está acontecendo por um bom tempo. Depois, ele certamente será o responsável por liderar o fim do vírus e de seus criadores, assim como tem mostrado liderança ao definir cada passo do processo de contenção e descoberta.

Ponto positivo fica para sua relação com o irmão, onde o maior exemplo está no vídeo de Peter (Neil Napier) avisando para o irmão correr. Isto, adicionado ao fato de os dois estarem "entrelaçados" com Julia Walker (Kyra Zagorsky), vai adicionar um quê de tensão a mais no ambiente. Que até seria um quê novelístico, não fosse o fato de Peter ter acabado de encher a boca da ex-amante de sangue preto.

Aliás, Julia parece ser o real ou principal motivo de terem chegado ali. Além do aviso de Peter à Sarah, Hatake ainda mantém um álbum totalmente ilegal da doutora em seu escritório. Mais um mistério para o enredo de Helix.

A atuação de Catherine Lemieux como Doreen Boyle foi uma das que mais se destacaram, porém isso é fato porque assim o roteiro definiu: ela é o alívio cômico da série. O ator que faz o Major Sergio Balleseros também se saiu bem, especialmente por conseguir fazer uma faceta de bom moço se alternar com a faceta de vilão. E para quem parecia tão inofensivo, eis que o primeiro assassinato em cena foi dele. A sangue frio. Enterrando o corpo na neve.

Meegwun Fairbrother conseguiu transmitir a dubiedade de seu Daniel Aerov, muito embora já desse pra sentir que ele é um vilão desde o primeiro momento, após ouvir as palavras de seu mestre: "Progress". Personagens leais como ele, que geralmente ficam com o trabalho sujo, tendem a se ferrar primeiro. E o pior é que vão com prazer em nome da lealdade cega, justamente o tipo de lealdade que Daniel tem para com Hatake.

O veredicto de Helix

Não volto a assistir porque não gosto do gênero. Gosto de um bom sci-fi, mas, como disse no começo, os da SyFy são sempre elevados à décima potência.

Para quem gosta, no entanto, está aí uma ótima opção. Some a ficção científica com a trilha de medo e o constante suspense, é certo que você encontrará muita gente que se divertirá assistindo. Helix tem tudo isso, bons personagens, e um leque de possibilidades de resolução. Eles podem pegar leve, mas também podem pegar muito pesado se quiserem. Tem braços arrancados, tem olhos brilhantes, tem cadáver se desmanchando em sangue preto... tem brecha para tudo.

Helix

Foi criada por Cameron Porsandeh. É produzida por Ronald D. Moore (Battlestar Galactica, Star Trek, Mission: Impossible), Lynda Obst (Hot in Cleveland), Steven Maeda (Lost), Brad Turner (Stargate Atlantis, Alias, 24), e Jeffrey Reiner (The EventWonder Woman).


O melhor: Ter produtor de Battlestar Galactica envolvido.
O pior: Repetir muitas fórmulas e ser, portanto, clichê.
Melhor quote: Not knowing is why things can't be fine.
Nota: 5,0

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Postar um comentário Comentários via BLOGGER (3) Comentários via DISQUS

  1. Amo ficção científica ainda que não acompanhe as principais séries do Sci-fy, desde que a mataram a minha adorada Sanctuary. Resolvi arriscar e considero muito bons os trés primeiros episódios, mas algo me diz que é daquelas séries que você acaba se arrependendo de acompanhar. Naturalmente, como todo triller temos mais dúvidas do que respostas. Ainda não sei se classifico como um Resident Evil misturado a The Walkin. Me remeteu demais ao filme The Thing. Adorei o clima isolado do Ártico. Não gosto dos protagonistas, mas é no personagem de Hiroyuki Sanada que aposto boas fichas.

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    Respostas

    1. Muito boa sua análise de Helix, mas também concordo que ela deve ser daquelas de se arrepender de acompanhar. Realmente não consigo enxergar um horizonte para a série.
      Boa sorte com ela e muito obrigada pelo comentário!

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  2. AH, que P#$%¨&* é essa música tosca que toca nas vinhetas. Não entendo, não orna, me irrita. rsrs

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