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Não toque no meu Guilty Pleasure

Atenção: Este é um post de mimimi . Mimimize comigo ou fuja.


Atenção:

Este é um post de mimimi. Mimimize comigo ou fuja.

Guilty Pleasure
Prazer com Culpa
PCC

A primeira coisa que um seriador saudável (hã?) tem que entender é que um Guilty Pleasure – sempre com letras maiúsculas – não é uma série. Uma série é uma série. Assistir, falar bem, falar mal, defender, meter o pau... tanto faz. Série é só série e as opiniões alheias não atingem ninguém (teoricamente).

Já o Guilty Pleasure é aquela caixa de bombom que a gente guarda dentro do guarda-roupa, bem no fundo mesmo, pro irmão encapetado não meter a mão. Guilty Pleasure, o Guiltynho, é aquele brigadeiro de colher que você faz correndo quando vê que está sozinho em casa, devora tudo, e lava as vasilhas que sujou para não deixar rastros do crime. O Guiltynho é aquele DVD, aquele livro que você comprou on-line, esperou por dias e acabou de chegar do correio. Com o Guiltynho, meu bem, não se mexe.

A gente que tem o nosso PCC particular sabe que é um Prazer com Culpa. No começo, naquele período de "conhecimento", nosso cérebro faz de tudo para fugir da tentação. É um tal de "não assisto coisas do tipo", "não é possível que estou gostando desse lixo", "vou ver mais um episódio só por zoação". Tudo desculpinha, claro. A parte racional tenta racionalizar e nos lembrar que, poxa, somos bons seriadores! Queremos só séries boas e reclamamos das lixosas com propriedade. Temos uma reputação a zelar, ora ora.

A luta pra esconder, logo após a fase de conhecer, é uma das melhores. Adicionar no Banco de Séries? Nem pensar. Dar aquele 10 pecaminoso para aquele episódio delicioso? Nem pensar. Postar no Tumblr aquele gif que te deixou babando? Não... alguém segura meu dedo senão eu clico. Alguém segura meu dedo senão eu clico!

E clicou.

Depois de conhecer, lutar e falhar, vem a parte onde a vergonha na cara faz as malas e vai embora. A dignidade e o respeito próprio também vão. E aí você acaba descobrindo que, opa!, tem uma chturma que também gosta do seu PCC. São um bando de sem vergonha assim como você e pronto: você não está sozinho! Assim fica mais fácil aceitar o fato e não é preciso sentir vergonha por achar que é a única pessoa do mundo sem amor próprio o suficiente para amar tanto um trem tão... tão... tão... Quer dizer, se ainda existisse vergonha pra sentir.

Reconhecemos que, em se tratando de qualidades, nosso precioso Guiltynho não tem lá muitas chances de ganhar um Globo de Ouro. Sabemos que, se for parar para analisar, as atuações dos atores são tão boas ou piores quanto a da nossa cara lavada mentindo que estava doente pra não ir pra escola quando criança; que os efeitos especiais podem ser perfeitamente reproduzidos se usarmos caderno de desenho e tinta guache; que o roteiro foi escrito por um macaco adestrado que não terminou de ser alfabetizado.

A gente sabe que os recursos dramáticos são limitados e que os clichês são tantos como as águas do mar. A gente sabe que quando o criador do nosso Guilty teve a ideia de criá-lo, ele não estava passando bem, provavelmente deve ter tomado umas doses do LSD do Walter. A gente sabe... a gente sabe que como bons seriadores deveríamos condenar toda a pobreza do nosso PCC porque é assim que se faz.

A-GEN-TE-SA-BE.


Mas, dane-se. A gente sabe que é ruim e gosta mesmo assim. Não só gostar. Gostar é muito mainstream. A gente adora. Adora tanto que não nos contemos e saímos esgoelando nas redes sociais sobre como o último episódio foi maravilhoso, gostoso e perfeito. Não importa se segundos depois fiquemos com vergonha de ter postado o maldito tweet. A gente grita, caça gifs no Tumblr, joga links pra tudo que é lado, surta que nem doido quando acontece um plot twist.

E se você ousar tocar no Guiltynho, vai dar merda.


Guilty Pleasures não existem para ser julgados. A questão não é se são bons ou ruins, porque, obviamente, se a pessoa tem meio cérebro na cabeça ela sabe que aquilo é merda pura. A verdadeira questão é: ou você ama ou você odeia. E se você odeia, seja um bom moço e fique calado. Seja esperto. Mais cedo ou mais tarde, por mais que você esconda, virá à tona o seu Prazer com Culpa. Não adianta correr. Não adianta polir e vestir sua capa de PNC. Todo seriador tem o seu. E provavelmente quando chegar a sua vez de adorar uma série ruim, seus esforços para não revelar serão vencidos pela sua vontade incontrolável de dizer ao mundo o tanto que aquele pecado é gostoso.

Já se você ama, eu sei bem qual é a sensação. Sua relação com seu Guilty é a mesma do Gollum com o One Ring. Sim. MY PRECIOUS. MY PRECIOUS.



Portanto, a lição de hoje é: não toque no Guilty Pleasure do seu coleguinha. E não toque no meu também. Eles são pecados, todo mundo peca, e sensibilidade e tato não fazem mal à nenhuma civilização.

Não venha me dizer quais são os defeitos do meu Guilty.


Não venha me dizer que eu estou "perdendo meu tempo assistindo essa merda".


Não venha me dizer que eu tenho "péssimo gosto" e "não tenho credibilidade". Vai tomar no cu.


Apenas, amigo, NÃO TOQUE NO MEU GUILTY PLEASURE.

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